|Artigo
Arquivo mensal: julho 2011
AMIGOS NA REDE, “INIMIGOS” NA VIDA
O uso das redes sociais da internet se multiplicou de forma rápida por todo o mundo e o Brasil é um campeão de acesso (com percentual de 80% de internautas), ficando à frente de países como Japão (com 70%), Inglaterra (com 69%) e Estados Unidos (com 67%). Mas, toda essa pujança, demonstra também a superficialidade das relações amistosas entre o povo brasileiro.
Não é preciso nenhum tipo de pesquisa para saber que o brasileiro é doido por internet e por tudo que ela proporciona: instantaneidade de informações, oportunidades de trabalho, entretenimento, dentre outros. Mas, nada é mais bem-sucedido na Web do que o uso das redes sociais. Nos dias de hoje, é muito comum você ser abordado por uma pessoa com as seguintes perguntas: “Você tem Orkut? Twitter? MSN? Facebook?”. Quando alguém afirma não ter tais canais, é visto como um extraterrestre.
Contudo, o que é mais intrigante, é que as pessoas querem ter nas suas redes sociais o maior número de “amigos” possível, porque, dessa forma, terão a popularidade garantida. Na ânsia de se tornar superpopulares, os internautas enviam convites para pessoas que, no dia-a-dia, eles não dão a mínima importância. Ou seja, na vida real a pessoa nem fala com você, não te dá um “bom dia”, te trata com indiferença, como se você fosse um inimigo; porém, no ambiente virtual, quer exibir o seu perfil como se você fosse amigo de infância. Quer ainda registrar nos murais virtuais frases feitas, só pra te agradar. Estranho, não?
Isso tudo demonstra o quanto a nossa sociedade é superficial nas relações e como ainda se preocupa com imagem. Fingir ser o que não é parece ser o mandamento oficial da vida, refletido nos sites de relacionamentos. Enviar solicitação de amizade, de uma rede social qualquer, para uma pessoa que você não se relaciona na vida real, é tão estranho quanto quem recebe aceitar com um sorriso nos lábios. É o cúmulo da solidão. Cuidado: os amigos virtuais quase sempre não são os reais. Isso é uma verdade.