Artigo de Opinião, Opinião

O VIÉS SUPERFICIAL DA ALEGRIA

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Os primeiros versos da canção Samba da Bênção, composta por Vinicius de Moraes e Baden Powell, afirmam o seguinte: “É melhor ser alegre que ser triste/Alegria é a melhor coisa que existe/É assim como a luz no coração…”. Mas há quem contrarie os compositores e discorde de tal ideia. Algumas pessoas não veem graça na alegria alheia e a consideram como um incômodo, tachando de rasa a pessoa que vive nesse estado de espírito.
 
Muito se ouve falar de que ter bom humor é importante para as relações sociais, que ele auxilia no processo de cura de algumas doenças e aqueles que têm encaram a vida de forma mais leve, vivem mais e melhor. Porém, o estado constante de alegria não agrada aos chatos de plantão espalhados por aí. Existem pessoas que são emburradas por natureza e veem como um acinte a alegria de alguém. Os invejosos da alegria não suportam a ideia de que existe alguém feliz sem nenhum motivo aparente. Óbvio que, o fato de uma pessoa encarar a vida de forma otimista, não significa que ela esteja livre de problemas.
 
O provérbio “Muito riso, pouco siso” reforça o argumento dessas pessoas que andam com uma nuvem de fumaça na cabeça. Nesse sentido, traz a ideia validada por muita gente de que o indivíduo que vive rindo de tudo e de todos não tem muito juízo, é superficial. Quer dizer que só é responsável e profundo quem é sério e triste? Nada a ver. A tristeza e a seriedade também não garantem tais qualidades. Quando se discute comportamento humano, nada pode ser determinado. Essa espécie é sempre uma caixinha de surpresas.
 
Cada pessoa vê a felicidade de uma forma. Para uns, ela só se configura nas coisas vistas e ditas como grandiosas. Para outros, ela está nas coisas mais simples da vida, como num elogio por alguma atividade feita, na contemplação de uma paisagem natural ou na realização pessoal. Cada um na sua. Contudo, tachar de superficial quem é alegre nada mais é do que falta de informação. Leia-se: preconceito.
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AMIGOS NA REDE, “INIMIGOS” NA VIDA

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O uso das redes sociais da internet se multiplicou de forma rápida por todo o mundo e o Brasil é um campeão de acesso (com percentual de 80% de internautas), ficando à frente de países como Japão (com 70%), Inglaterra (com 69%) e Estados Unidos (com 67%). Mas, toda essa pujança, demonstra também a superficialidade das relações amistosas entre o povo brasileiro.

Não é preciso nenhum tipo de pesquisa para saber que o brasileiro é doido por internet e por tudo que ela proporciona: instantaneidade de informações, oportunidades de trabalho, entretenimento, dentre outros. Mas, nada é mais bem-sucedido na Web do que o uso das redes sociais. Nos dias de hoje, é muito comum você ser abordado por uma pessoa com as seguintes perguntas: “Você tem Orkut? Twitter? MSN? Facebook?”. Quando alguém afirma não ter tais canais, é visto como um extraterrestre.

Contudo, o que é mais intrigante, é que as pessoas querem ter nas suas redes sociais o maior número de “amigos” possível, porque, dessa forma, terão a popularidade garantida. Na ânsia de se tornar superpopulares, os internautas enviam convites para pessoas que, no dia-a-dia, eles não dão a mínima importância. Ou seja, na vida real a pessoa nem fala com você, não te dá um “bom dia”, te trata com indiferença, como se você fosse um inimigo; porém, no ambiente virtual, quer exibir o seu perfil como se você fosse amigo de infância. Quer ainda registrar nos murais virtuais frases feitas, só pra te agradar. Estranho, não?

Isso tudo demonstra o quanto a nossa sociedade é superficial nas relações e como ainda se preocupa com imagem. Fingir ser o que não é parece ser o mandamento oficial da vida, refletido nos sites de relacionamentos. Enviar solicitação de amizade, de uma rede social qualquer, para uma pessoa que você não se relaciona na vida real, é tão estranho quanto quem recebe aceitar com um sorriso nos lábios. É o cúmulo da solidão. Cuidado: os amigos virtuais quase sempre não são os reais. Isso é uma verdade.

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