Cultura, Jornalismo Cultural, Música, Perfil

SAUL BARBOSA ESTÁ EM TODO CANTO DA BAHIA

IPerfil

Saul Barbosa, um dos mais notáveis compositores baianos e expoente da música, já nasceu com um quê de especial. A começar pelo próprio nome, cujo significado é “solicitado”. E isso foi o que mais aconteceu com Saul em vida. Sempre fora solicitado pelo elenco da área musical brasileira: Maria Bethânia, Durval Lelys, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Netinho, Elba Ramalho, Márcia Short, Ivete Sangalo, Gerônimo, dentre outros artistas renomados. E se “todo menino do Pelô sabe tocar tambor”, todo músico que se preze sabe tocar Saul. O baiano, nascido em Ilhéus, é considerado um compositor singular dentro do pulsante mercado de música da Bahia. Ele conseguiu fazer um retrato fiel do estado em suas canções. Falou do menino que anda batucando pelas ruas do Pelô, do sincretismo religioso, da natureza esplendorosa e da alegria do povo baiano.

Em sua caminhada, Saul Barbosa teve vários parceiros. Dividiu composições com Gerônimo, Jaime Sodré, Jorge Portugal, Vevé Calazans, J. Velloso e Augusto Jatobá, só para citar alguns nomes. Saul bebeu na fonte da tropicália e da bossa nova, mas também “jogou água” (uma de suas músicas chama-se “Joga água”) em muitos artistas, que beberam e fizeram sua nascente permanecer sempre viva. E Fonte é o nome de uma de suas mais lindas canções. Parceria dele e de Gerônimo, gravada por Maria Bethânia no CD Tua, de 2009, a música traz os versos “Quem ama de verdade/Tem o dom da criação”. Pode não ter sido o propósito, mas esses versos soam autobiográficos. Saul foi um homem que amou a música e, como resultado disso, criou verdadeiras odes à Bahia, aos baianos e ao Brasil. Amou tanto que não se contentou em ser só criador, quis ser criatura e lançou o disco Bahia, Cidade Aberta, em 1995, eleito pelos críticos como um dos melhores do ano. Nele, Saul reuniu cantores expressivos da Música Popular Brasileira, como Luiz Melodia, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Lazzo.
No dia 15 de setembro de 2010, o compositor deixou uma lacuna no cenário artístico e cultural da música brasileira. Saul morreu, mas a sua obra está presente em todos os cantos da Bahia. O legado dele permanecerá vivo para sempre: em cada nota, em cada tom, em cada verso.
# Este texto foi um dos cinco selecionados no concurso cultural “Faça parte da Comunicação do Festival de Verão”, promovido pela Via Press Comunicação e do qual Raulino Júnior foi um dos vencedores.
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Artigo de Opinião, Opinião, Política

CANSATIVO, DESNECESSÁRIO E NÃO ACRESCENTA

Discutir política é uma atitude útil e inteligente, porque contribui para o crescimento pessoal e demonstra preocupação com a sociedade da qual se faz parte. Mas, quando se trata de política partidária, a coisa muda de figura e é totalmente dispensável. Infelizmente, grande parte das pessoas não sabe entrar nesse debate com isenção. Inclusive, eu. 

Nunca fui de participar de discussões acirradas sobre política porque sei que, quanto mais leio sobre o assunto, mais me certifico de que tenho muito a aprender. Entretanto, tenho consciência de que pensar a política do país é algo extremamente positivo. Política, que fique bem esclarecido, como a ciência da organização e da administração. Ninguém pode ficar alheio a isso, afinal, é um traço importante da cidadania. Dessa forma, cada indivíduo pode se cercar de argumentos para agir como fiscal dos governantes.

O “para tudo tem a primeira vez” é um chavão certeiro e comigo é o que mais tem acontecido ultimamente. Há pouco mais de um mês, me vi numa discussão sobre política sem quê nem pra quê. Digo isso porque foi um debate em que os participantes tomaram partido dos partidos (se é que você me entende). Ou melhor, dos candidatos que representavam os partidos. Como tudo ocorreu por e-mail, as farpas foram trocadas através de incontáveis caracteres. Eu, que não sou adepto a nenhum partido, mas, sim, de ideais, me achei um estranho diante de tudo aquilo. Embora quisesse discutir com isenção, percebi que ela não existe nesse contexto. Por mais que você queira, a resposta de seu “oponente” vai sempre abrir um precedente para que você acabe realçando as características do candidato “A” em detrimento das do candidato “B”.
No final das contas, concluí que não vale a pena discutir política partidária. Tudo o que você disser vai ser sempre contestado pelo seu interlocutor e a recíproca também é verdadeira. O que ficou para mim, daquilo tudo, é que o debate político, naqueles moldes, é cansativo, desnecessário e não acrescenta.
Este texto foi produzido em 14 de outubro de 2010.
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Artigo de Opinião, Educação, Opinião

A EDUCAÇÃO INTEGRAL E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA

IArtigo

A sociedade atual exige que a escola seja muito mais do que um ambiente que só repassa conhecimentos, mas um local em que o aprendizado seja significativo e que os alunos tenham contato com as diferentes áreas do saber. Nesse sentido, a proposta de uma educação integral surge para preencher uma lacuna presente nas unidades de ensino da educação básica.

O aluno precisa ter prazer em frequentar a escola e, para isso, é necessário que gestores e educadores criem estratégias para tornar o universo educativo cada vez mais atraente e agradável. Dessa forma, o estudante vai começar a ver um sentido maior no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que o ambiente escolar atenderá a todas as suas aspirações. Ou seja, haverá um equilíbrio entre a atividade de aprendizado formal e a atividade de aprendizado de caráter mais lúdico.

É muito importante para o aluno poder utilizar todas as suas potencialidades dentro da escola. Como as turmas são formadas por um público heterogêneo, sempre vai existir aquele aluno que não se sairá muito bem em português ou matemática, mas que terá habilidade para outras disciplinas. A educação integral contribui na identificação disso e visa dar oportunidade para o aluno se expressar nas mais diferentes linguagens.

A introdução de aulas extracurriculares no âmbito da escola pública auxilia numa maior qualidade do ensino e faz com que o aluno tenha uma relação de pertencimento mais abrangente acerca da unidade de ensino da qual faz parte.

A nova escola pública é aquela que se esforça para criar atividades interessantes para os alunos. Essas atividades devem atender aos aspectos constantes nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) da educação básica, bem como respeitar o universo das crianças e dos adolescentes, sujeitos em formação e com interesses diversos.

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Opinião

O PRIMEIRO CAPÍTULO

IDa Televisão

Anova novela da Rede Globo, Insensato Coração, estreou com pé direito na programação da emissora. A trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares conseguiu prender a atenção dos telespectadores e despertou a curiosidade dos noveleiros de plantão acerca das cenas dos próximos capítulos. A contar pelo histórico das pessoas envolvidas na atração, a novela tem tudo para emplacar. Ela traz parcerias antigas e bem-sucedidas da história da teledramaturgia nacional. Além da dupla de autores (Gilberto e Ricardo), o folhetim conta com direção geral de Dennis Carvalho e Vinícius Coimbra. Só para ter uma ideia, o quarteto é responsável por novelas como Celebridade e Paraíso Tropical. O elenco, que tem nomes como Lázaro Ramos, Camila Pitanga, Deborah Evelyn, Tuca Andrada e Nathalia Timberg, dá um show à parte e deve contribuir para o sucesso da produção. 
 
O personagem de Gabriel Braga Nunes, Léo Brandão, é um menino mimado e inconsequente e vai se revelar um vilão daqueles! Já no primeiro capítulo, Léo demonstrou o quanto é mau caráter e calculista. E o pior: só vive à espreita. A Natalie Lamour de Deborah Secco lembra muito a DarleneSampaio deCelebridade, principalmente no que diz respeito à prática de trapaças. A atual personagem de Deborah é uma espécie de Darlene avançada. Enquanto esta queria a fama, Natalie já teve e hoje está no ostracismo, embora não tenha consciência desse fato. 
 
Lázaro Ramos vive o pedante designer André Gurgel. O ator baiano encarna um galã na trama e faz caras, bocas e olhares para seduzir as mulheres e convencer o público. Camila Pitanga, como sempre, primorosa, dá vida à romântica Carolina Miranda. Apesar de ter pegado pesado nas montagens em que exibiam cenas com aviões, tornando o efeito especial no mínimo “tosco”, e de mostrar um beijo sem quê nem pra quê do casal de protagonistas Pedro Brandão (Eriberto Leão) e Marina Drumond (Paola Oliveira), o primeiro capítulo de Insensato Coração foi empolgante. Os autores da novela foram didáticos na estreia: apresentaram alguns personagens e mostraram traços da personalidade de cada um deles. Nada mais típico. Nada mais sensato.
# Se você quiser saber mais informações sobre a novela Insensato Coração, acesse: http://insensatocoracao.globo.com.
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Axé Music, Notícia, Opinião

071 8794 3060 (MÚSICA BAIANA EM NÚMEROS)

|Da RAUdação

Os filhos de Bell Marques, Rafa e Pipo Marques, vão lançar oficialmente a própria banda, a Oito7Nove4, na noite de hoje, em Salvador. Segundo os pupilos, a banda vai trazer no repertório uma verdadeira salada musical, misturando axé, pagode e MPB. O nome da banda faz referência aos anos de nascimento dos rebentos: Rafa, 1987; Pipo, 1994.O mais engraçado disso tudo é que com a chegada dessa nova banda no cenário musical da Bahia, percebe-se o quanto os artistas baianos gostam de batizar suas bandas usando números. Na década de 90, a banda Saraumania lançou a música 30-60 (do refrão “Ninguém resiste/ ninguém resiste/ 30-60-90-120”) e devido ao grande sucesso da canção, os músicos resolveram mudar o nome do grupo para 30-60. A banda retomou as atividades em outubro do ano passado.

Os remanescentes do É o Tchan, Jacaré e Renatinho da Bahia, depois do então fim da banda em 2006, se juntaram à cantora Dydda Castilho e fundaram a banda ZeroSeteUm, cujo slogan era “O ddd do axé”. Mas, pela escassa qualidade, o grupo deve ter recebido poucos telefonemas solicitando shows. Renatinho saiu e o cantor Zay entrou no seu lugar. Hoje, a ZeroSeteUm não existe mais.

O futuro da Oito7nove4 é incerto. O histórico de bandas com nome de números, na Bahia, não é muito feliz e as inevitáveis comparações com Bell Marques, líder da Chiclete com Banana, vão sempre existir. Os meninos têm vários desafios pela frente, mas o primordial é que eles mostrem que, de fato, têm talento.

Observação: os curiosos de plantão que pensaram em ligar para o número presente no título deste texto, um aviso: não percam tempo. Exceto, se quiserem ouvir a seguinte mensagem: “O número que você ligou está fora de área ou desligado”.

# Se você quiser ouvir a música de estreia da banda Oito7nove4, Minha Vida, composta por Denis Braga e Orlando Emmerich, acesse: http://letras.mus.br/oito7nove4/1809262/.

# Confira a entrevista de André Fanzine, vocalista da banda 30-60, falando sobre o retorno do grupo: http://www.axezeiro.com.br/entrevista/170,andre-fanzini.html.

# Conheça (ou relembre) a música 30-60 (Ninguém resiste): http://www.portaldoaxe.com.br/paginas/flashaxe_01.htm

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# Neste site, você pode saber um pouco mais sobre a extinta banda ZeroSeteUm: http://www.vibeflog.com/bandazeroseteum.

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Opinião

PRETA GIL: UMA CANTORA sem PESO

IDa Televisão

Tudo bem que Preta Gil é simpática, diz coisas interessantes a respeito do padrão de beleza estabelecido na sociedade, não se incomoda em falar de suas preferências sexuais, tanto é que já afirmou uma vez que “se apaixona por pessoas, independentemente do sexo”, se mostra bastante sincera nas suas opiniões; mas, cantando, deixa muito a desejar ainda.

Preta está divulgando, nos principais programas de TV do eixo Rio- São Paulo, o seu DVD “Noite Preta- Ao vivo” e, entre um acorde e outro, o telespectador mais ignorante em música percebe as limitações vocais da filha de Gilberto Gil. Ela desafina com a maior sem-cerimônia do mundo. Isso fica bastante evidente na música Drão, que Preta canta em parceria com seu pai e é um dos trechos de seu novo produto mais exibidos nos programas de TV. A impressão que dá é a de que a cantora não tem pique pra terminar algumas frases e cansa em algumas palavras. É, se é que isso existe, um canto cansado o da artista.

Isso não significa que Preta Gil não tenha talento. A voz dela é bem agradável. Duas de suas músicas mais famosas, Sinais de Fogo (composta por Ana Carolina e Antonio Villeroy) e Medida do Amor (composta por Davi Pires), têm uma identidade que, talvez, só ela poderia imprimir. Mas, o que falta a Preta é uma certa técnica. Por exemplo, ela não tem aquilo que as pessoas chamam de “presença de palco” e suas performances parecem mostrar alguém que brinca de cantar. Só brinca.

O que melhor Preta Gil poderia fazer por ela mesma era buscar aperfeiçoar sua técnica vocal, frequentando aulas de canto e atentando para a respiração. Ao complementar, dessa forma, seus predicados, é bem provável que ela se transforme numa cantora de peso no universo da Música Popular Brasileira.

# No site de Preta Gil, www.pretagil.com.br, você pode escutar Stereo, atual música de trabalho da artista, composta por Ana Carolina.

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Notícia

2011 É AFRO!

IDa Internet

O ano de 2011 nem bem começou e já tem todos os predicados para entrar na história. Dois acontecimentos recentes atestam isso: o primeiro, a posse de Dilma Roussef como presidenta (é assim que ela prefere ser chamada) do Brasil. Além de ser a primeira mulher a presidir o país, Dilma também é a primeira figura feminina, entre os países que têm o português como idioma oficial, a liderar uma nação. O segundo, é a escolha de 2011, pela Organização das Nações Unidas (ONU), como o Ano Internacional dos Afrodescendentes.

A decisão da Assembleia Geral da ONU de declarar 2011 como Ano Internacional dos Afrodescendentes vem responder a um anseio dos movimentos negros espalhados pelo mundo, pois, com tal atitude, as discussões acerca dos direitos da população de origem africana vão ficar mais evidentes e farão parte da agenda dos chefes de estado. Sendo assim, a luta por uma verdadeira democracia racial ganha reforço significativo neste novo ano.

O Brasil, país predominantemente composto por afrodescendentes, vai concentrar suas ações em três aspectos para promover a escolha da ONU: o primeiro deles, será o de garantir os direitos da população negra; o segundo, o de integrar amplamente os negros na sociedade e, por último, difundir a herança cultural dos negros de forma mais intensa.

O secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que essa atenção destinada aos afrodescendentes se justifica porque as pessoas desse grupo étnico são as principais vítimas do racismo. Nesse sentido, o fato de 2011 ser o Ano Internacional dos Afrodescendentes já é um grande auxílio para estimular o debate e pensar nas possíveis soluções para que o problema deixe de existir.

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Notícia

O VALOR SIMBÓLICO DE UMA EXPRESSÃO

|Da RAUdação

O novo ano chegou e com ele a possibilidade de se lançar a novos desafios e de viver experiências inéditas. Nesta época do ano, é muito comum as pessoas estabelecerem planos e metas para a caminhada dos próximos 12 meses. É com esse espírito que surge o blogue jornalístico Desde que eu me entendo por gente. Um novo canal de informações, notícias, reportagens e, sempre que for possível, um pouco de humor.

O nome do blogue é inusitado (de propósito!) para que ele se diferencie do universo de blogues jornalísticos que existe no país. Ele poderia se chamar, por exemplo, “Bula de notícias” ou “A pauta”, mas a obviedade dos nomes, que remeteria logo ao jornalismo, fez com que o autor desta página declinasse de tal ideia. Por isso, a escolha de um nome diferente, que brinca com as expectativas do leitor. Porém, o registro nominal não se deu só por isso. A expressão “Desde que eu me entendo por gente” é sempre dita quando começamos a tomar consciência de certas coisas, quando passamos a perceber tudo aquilo que nos cerca. E ela [a expressão], vez por outra, carrega em si um tom de crítica. “Esta roubalheira existe desde que eu me entendo por gente” ou “Desde que eu me entendo por gente, ouço falar que o prefeito vai pavimentar esta rua”, são frases bem emblemáticas para esse debate. Então, a expressão tem um valor simbólico incontestável.

O jornalista, além de outras características, deve ser um profissional com boa percepção. É isso que vai fazer com que ele se destaque dos seus colegas de trabalho. Ele deve perceber, com seu faro jornalístico, aquilo que atende aos critérios de noticiabilidade e que, ao mesmo tempo, é interessante para o leitor. Hoje em dia, o grande desafio do jornalismo é buscar o que é singular e desigual. Caso contrário, todo mundo vai fazer sempre o mais do mesmo, o que torna a atividade jornalística enfadonha.

Neste novo ano, o blogue Desde que eu me entendo por gente surge para contar todo tipo de história. Da mais simples, e vista por alguns como irrelevante, à mais complexa. É importante enfatizar que o blogue terá a qualidade como bússola, já que quantidade não combina muito com apuração. Enfim, o Brasil vai começar a perceber e tomar ainda mais consciência de tudo que acontece ao seu redor.

# Que tal começar a fazer a diferença agora? Deixe, na seção de comentários, um relato sobre algo que você começou a tomar consciência desde que se entende por gente. Ouvir o que você tem a dizer é importante e enriquecedor. Vamos lá?

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