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Estudantes da UFBA concorrem a uma vaga na final de Festival de Música promovido pelo Governo do Estado

Raquel Santana e Raulino Júnior, estudantes da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA), estão concorrendo a uma vaga na final do 1º Festival de Música do Servidor Público com a canção Mudanças. O Festival teve 347 músicas inscritas, sendo que 15 foram selecionadas por uma comissão julgadora para integrar um CD e concorrer a uma vaga na final, que acontece no dia 22 de outubro, às 17h, no Teatro Castro Alves, em Salvador. As três músicas que vão disputar os prêmios do festival serão escolhidas através de votação popular no site Portal do Servidor. O público pode votar até a próxima quinta-feira, 26 de setembro.

Raquel Santana, a intérprete de “Mudanças”

Os dois artistas são oriundos do interior da Bahia: Raquel, 21 anos, de Monte Gordo (distrito de Camaçari); e Raulino, 31 anos, de Conceição do Jacuípe (Berimbau). Eles se conheceram quando ingressaram no curso de jornalismo da UFBA, em 2010. Raulino compõe desde a adolescência e é professor da rede estadual de ensino. Raquel já participou de alguns festivais de música em Camaçari e é estagiária na assessoria de comunicação do Ministério Público Estadual.

Raulino Júnior, o compositor

 Mudanças, composição inscrita no Festival, fala sobre a passagem do tempo, elenca algumas mudanças comuns à vida das pessoas e reforça, no refrão, que essas transformações são naturais. “Eu sempre gostei de poemas que têm como temática a transitoriedade do tempo. Acho Mudanças encantadora por isso. Qualquer pessoa se identifica com a letra, que é simples, mas carrega imagens poéticas bem interessantes. Fiquei com dúvidas para escolher qual música inscreveria no Festival; mas, pela receptividade do público, tenho certeza de que fiz a escolha certa”, comemora o compositor. Para Raquel, interpretar a canção foi um grande desafio. “Eu já estava há muito tempo sem cantar e fiquei preocupada com a afinação, além de saber da responsabilidade de defender uma música para um grande festival, como esse do Servidor, embora esteja em sua primeira edição. Mas foi uma alegria voltar a cantar, principalmente uma canção de Raulino, que é uma pessoa especial na vida de muita gente, inclusive na minha”, afirma uma modesta Raquel.

Com o mote “A música da Bahia precisa de MUDANÇAS”, os artistas estão fazendo uma forte campanha nas redes sociais para conseguir votos. A ação inclui ainda a distribuição de panfletos em ônibus, supermercados, cursinhos e nos locais de trabalho de cada um. Familiares, amigos e colegas também participam da empreitada e viraram “cabos eleitorais” da dupla. Para ajudá-los na votação, clique aqui e escolha a opção “Mudanças-RAQUEL SANTANA”. Abaixo, você confere a letra e o áudio da canção.

Mudanças
(Raulino Júnior)

Intérprete: Raquel Santana
Arranjo: André Dias

Mudanças acontecem
Na vida de alguém
Mudanças acontecem
Na vida, vão e vêm

Viver assim é bom
Sem nada a planejar
A vida que me leve
Sou leve pra levar

As horas vão passar
A noite aparecer
A chuva vai voltar
E o dia amanhecer

Você vai se casar
Seus filhos vão crescer
Um amor vai terminar
Outro vai renascer

Mudanças acontecem
Na vida de alguém
Mudanças acontecem
Na vida, vão e vêm

Viver assim é bom
Sem nada a planejar
A vida que me leve
Sou leve pra levar

Um dia vai perder
No outro vai ganhar
Uma amizade vai nascer
Outra vai acabar

Você vai recordar
Depois vai esquecer
Ficar sem perdoar
Depois reconhecer

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Artigo de Opinião, Opinião

Sociedade das pessoas-discurso

Ilustração: Raulino Júnior

Por Raulino Júnior

Cansei das pessoas que usam discursos pomposos, prometem mundos e fundos, fazem de tudo para adquirir a nossa confiança, tentam nos seduzir e (coitadas!) pensam que nos enganam. Não, não estou falando apenas dos políticos. Essas pessoas estão mais próximas do que a gente imagina. Pô! É muito fácil falar que gosta de Chico e só citar “Apesar de você” como música de referência. Para, né? Você não é ator! Não precisa representar! A propósito, se nossa sociedade fosse uma obra de ficção, o prêmio de “melhor ator” e “melhor atriz” seria dado para várias pessoas. Poderia até entrar no Guiness, como recorde de maior empate do mundo.

As pessoas-discurso são aquelas que têm uma retórica tão bonita, tão justa e tão admirável que embasbaca qualquer um. Entretanto, no seu dia a dia, nada daquilo que é dito de forma eloquente é posto em prática. É só uma estratégia, uma máscara.

Não duvide nada se aquela menina que se coloca toda revolucionária diante do mundo, com ideias e ideais feministas, viva subserviente ao namorado e até ache que lavar as cuecas dele é uma obrigação dela. O mesmo estudante que vai para as ruas brigar por um país melhor e que acha corrupção e peculato práticas nefastas, é o “cidadão” que usa cartão de meia-passagem de terceiros quando há necessidade, tenta todos os meios de burlar as leis para obter vantagem, manipula qualquer situação cotidiana a seu favor, fura a fila e plagia trabalhos alheios na maior cara dura; sempre achando que tais atos são menos danosos à sociedade. O que ele esquece é que a raiz das atitudes que geram os problemas que prejudicam a todos nós está aí. Tudo é questão de princípios. Ou você tem ou você não tem. Simples assim.

Quantas pessoas você conhece que são capazes de fazer constantes (e até chatas!) reclamações nas redes sociais e, ao mesmo tempo, não movem uma palha para mudar o mundo? O que é mais legítimo: reclamar sentado na cadeira ou reclamar e partir para a ação? Quantas pessoas você conhece que vivem propalando a ética e a correção nos seus discursos e não colocam nada do que falam na própria vida? O que é mais legítimo?

É por causa de haver apenas discursos que o Brasil está do jeito que está. Existe uma máxima que diz que “você é aquilo que você come”. Eu postulo outra: você é aquilo que você não fala.

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