IArtigo de Opinião
O título acima, um verso da música A melhor banda de todos os tempos da última semana, do disco homônimo dos Titãs, lançado em 2001, resume tudo que eu — brasileiro, nordestino, baiano e santo-amarense — acho sobre o endeusamento da cultura dos que vem “de fora” feito por alguns de nossos conterrâneos.
É incrível como as pessoas carregam consigo a tal da síndrome do colonizado. Ou seja, o comportamento de considerar tudo que é estrangeiro como melhor, como mais bem feito. Sendo assim, qualquer coisa exótica que é enfiada goela abaixo por aqui é aceita de imediato por grande parte do público. Claro que a globalização contribuiu muito para esse processo, mas não foi determinante. Nesse sentido, vale ressaltar que a influência de outros povos na nossa sociedade é até válida; mas a aculturação, não.
O fato de olhar a nossa cultura de forma enviesada ajudou a surgir algumas aberrações pelo país, principalmente no registro de nomes. Há, em solo brasileiro, gente cujo prenome é “Rolistone”, “Usnavy”, “Letsgo” e por aí vai. Quando o assunto é música, as evidências são ainda mais fortes. Tem gente que engole, sem titubear, os versos das músicas de cantoras rebolativas vindas de qualquer parte do planeta (menos do Brasil, é óbvio!), sem ao menos atentar para o que elas cantam. A lógica é essa: se são estrangeiras, são boas. Ah, tá!
O crescimento do Brasil é algo notório e indiscutível. Hoje, o nosso país é uma potência competitiva como qualquer outra nação. Seria ingênuo pensar que ele não precisa de melhorias, bem como que tudo que é feito por aqui é bom e por isso tem que ser valorizado. Não se trata disso. O que não tem lógica é viver no país e torcer contra. Para quem age dessa forma, uma dica: aproveita o Rock in Rio, pega carona com algum artista estrangeiro e se muda daqui. Aí você se sentirá no topo, afinal “um idiota em inglês é bem melhor do que eu e vocês”.
# Assista ao clipe da música A melhor banda de todos os tempos da última semana dos Titãs: https://youtu.be/jdSs3SymIok.