Cerimônia do 29º Prêmio da Música Brasileira faz homenagem do tamanho do talento do artista fluminense
Por Raulino Júnior ||DESDEnhas: as resenhas do Desde||
Luiz Melodia vive e está entre nós. Pelo menos, essa foi a impressão de quem acompanhou, pelo Canal Brasil ou presencialmente, a cerimônia do 29º Prêmio da Música Brasileira, na qual o cantor e compositor oriundo do morro do Estácio foi homenageado. O evento, que aconteceu na última quarta-feira, 15 de agosto, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, reafirmou o talento congênito de Melodia. Idealizado e dirigido por José Maurício Machline, desde 1989, a edição de 2018 teve roteiro de Zélia Duncan (que está no posto há cinco anos), cenografia de Gringo Cardia, direção musical de João Carlos Coutinho e direção artística de Giovanna Machline. A artiz Leandra Leal abriu a noite com um lindo depoimento em que falava de seu amor por Luiz e que trazia dados da vida do cantor e coube a Débora Bloch e Camila Pitanga a responsabilidade de apresentar a tradicional premiação.
E Luiz Melodia foi reverenciado da forma que merece. Sim! No tempo presente mesmo! A sua obra provou o quanto que ele é imortal e isso foi evidenciado no Prêmio da Música Brasileira. A história de vida do cantor foi entrecortada com a entrega dos prêmios e, a cada momento, um número musical era apresentado. Todas as apresentações poderiam, por exemplo, ir para um DVD, pela qualidade artística e primor do que foi exposto. Teve Pedro Luís, Hamilton de Yolanda e Yamandu Costa brindando o público com uma versão emocionante de Fadas; Xênia França e Áurea Martins interpretando Juventude Transviada com muita força e sensibilidade; Lenine e o filho, João Cavalcanti, mostrando que talento é mesmo Congênito; Salve Linda Canção sem Esperança, com Céu; Negro Gato (Getúlio Côrtes), com Iza, Lazzo e Liniker; Baby do Brasil numa versão precisa de Magrelinha; Ébano, com Fabiana Cozza; Dores de Amores, com Zezé Motta e Sandra de Sá; Estácio Holly Estácio, com Alcione e Pérola Negra, num encontro familiar de Caetano Veloso, Moreno Veloso, Tom Veloso, Zeca Veloso e Maria Bethânia. Foi, abusando do clichê, lindo demais.
A cerimônia foi muito bem dirigida e repleta de poesia. Sem excesso e sem chatice, como, muitas vezes, eventos dessa natureza costumam ter. A premiação celebrou a vida de Luiz Melodia e trouxe ainda mais vida para a sua obra, com releituras tão boas quanto as versões originais das canções. O 29º Prêmio da Música Brasileira fez a voz do morro ecoar, mais uma vez, para a eternidade.
Assista, no vídeo abaixo, à cerimônia do 29º Prêmio da Música Brasileira: