Ninguém devia duvidar de que ditaduras deixam um legado negativo para qualquer sociedade. Ninguém devia, mas isso não corresponde à realidade. No Brasil, por exemplo, quem viveu aquele período histórico deve, certamente, lamentar com mais veemência. Por outro lado, quem conheceu a Ditadura pelos livros e tem noção do que ela representou, sabe que esse regime de supressão de direitos não faz nenhuma sociedade resolver os seus problemas. É o oposto: os problemas se potencializam. Por aqui, o período ditatorial durou 21 anos (de 1964 a 1985) e fez a população conviver com censura de toda e qualquer natureza, perseguição política, falta de liberdade de expressão, supressão de direitos constitucionais e repressão a toda ideia que contrariava o que estava estabelecido. Dá para esquecer isso? Não! É triste e revoltante constatar que, em 2018, tem pessoas que concordam com ideias de candidatos que têm como principal bandeira política perpetuar esse legado. É cuspir na nossa Constituição. É menosprezar e jogar no lixo as poucas conquistas da luta dos negros, das feministas e do público LGBTI+, por exemplo. Isso é nazi-fascismo em pó! Isso é sério! Isso é um absurdo!
O momento atual do país exige uma reflexão profunda sobre onde ele está e para aonde ele vai. Não dá para ficar na timeline brincando de polêmica e de busca por “likes”, corroborando com ideais que visam descartar direitos conquistados depois de séculos de luta. Há muita diferença entre um projeto de governo e um projeto desgovernado de extermínio. Votar não é escolher quem é melhor para você. É escolher quem é melhor para todo um país. Senão, num futuro bem próximo, seu candidato vai te botar no bolso, mané, e decretar o AI-5.2 no primeiro dia de janeiro.