Por Raulino Júnior ||Desde Já: as crônicas do Desde||
Viver não é fácil. Isso já foi amplamente dito por aí. Viver e lidar com pessoas é algo mais difícil ainda. E olha que eu adoro gente! Adoro mesmo! Quando passo por locais em que há muitas pessoas reunidas, a vontade que tenho é de falar com todo mundo, saber das histórias, dos rumos da vida. Sou um curioso nato. Gente me estimula. Não é por acaso que o nome do blog é Desde que eu me entendo por GENTE. Contudo, como diz uma famosa música do nosso cancioneiro, “não está sendo fácil/não está sendo fácil viver assim…”. Nesse “assim”, cabe um monte de coisa. Inclusive, ter que fazer tipo para viver. Definitivamente, não é a minha. Não dá. E ponto.
Basta observar algumas relações interpessoais para ter asco. Pelo menos, essa é a minha sensação. Há situações em que, nitidamente, a falsidade serve de mola propulsora para se conseguir algo. Essa, na verdade, é a regra atual. É um elogio aqui, uma adulação ali, um bajulamento acolá. Dessa forma, a vida segue e os objetivos são alcançados. Tudo na base do sorrisinho, abracinho e tapinha nas costas. Enfim, estamos perdidos.
Às vezes, chego a pensar que o certo é ser falso. Dá menos dor de cabeça. Não que eu concorde com isso, mas muita gente já percebeu que esse é o caminho das pedras. Ou melhor: o caminho mais fácil. O das pedras é feito por quem está do outro lado, do embate. Ser combativo não é e nunca vai ser a forma mais agradável de viver em sociedade, mas, apesar de tudo, vale muito a pena. De verdade. É mais honesto. Em todos os sentidos.
Da falsidade e dos conchavos nascem os nossos piores líderes e representantes, e as nossas referências também. Parece que quase ninguém faz essa associação. Inconscientemente (ou com consciência mesmo!), a sociedade perpetua muita coisa que, para manter um discurso bonitinho e apropriado, diz que rechaça. É a vida…
Sigamos.