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Com licença, eu vou à luta: rebeldia com causa

Fernanda Torres e Carlos Augusto Strazzer em cena de Com licença, eu vou à luta. Imagem: Banco de Conteúdos Culturais

Por Raulino Júnior ||Desde Então: análise de produtos culturais de outrora||
Conflitos entre pais e filhos são sempre ótimos ingredientes para a criação artística. Em 1986, o cineasta Lui Farias apostou nisso e lançou o filme Com licença, eu vou à luta, baseado no livro de mesmo nome de Eliane Maciel. No elenco central, Fernanda TorresMarieta SeveroReginaldo Faria e Carlos Augusto Strazzer.
O drama é a versão cinematográfica da autobiografia lançada por Eliane três anos antes (1983). Na história, Eliane (Fernanda), de 15 anos, se apaixona por Otávio (Strazzer), de 33, e enfrenta toda a sanha de sua própria família. Principalmente de seus pais, Eunice (Marieta) e Milton (Reginaldo).
Antes de o romance entre Eliane e Otávio acontecer, o filme mostra que a relação da protagonista com os pais já não é tão amistosa. Impacientes e nada carinhosos com a filha, Eunice e Milton não demonstram um pingo de preocupação com o bem-estar dela. Por outro lado, a adolescente também não faz nenhuma questão de ser obediente.
Quando o namoro se concretiza, Eliane passa a ser hostilizada pelos pais, com violência física e psicológica, chegando até a viver em cárcere privado. Ainda assim, não abre mão do seu amor por Otávio. A situação se torna insuportável e o casal decide fugir.
O filme tem um roteiro interessante e acertou na escolha do elenco. Fernanda Torres impressiona pela maturidade da atuação. É importante destacar como o cinema nacional já foi mais preocupado em contar boas histórias, que provocam reflexão e deixam algo significativo para quem assiste. Vale a pena conhecer a luta de Eliane.

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