Geraldo Seara: “As coisas avançaram e chegamos a essa realidade”. Imagem: captura de tela feita em 10 de janeiro de 2016
Por Raulino Júnior
Geraldo Seara, 55 anos, professor da rede estadual de ensino, opinou sobre o papel do jornalismo cultural na sociedade brasileira e trouxe uma reflexão bem pertinente sobre a temática: “O papel do jornalismo cultural é de suma importância na nossa sociedade plural, num país gigante e em estados grandes como o nosso. Vejo a ausência desse jornalismo quando viajo e percebo que as manifestações das pequenas localidades são ignoradas, até pelas mídias locais (rádio, blog, jornal impresso). A ditadura da grande mídia impõe um modelo de fatos culturais noticiáveis, de tal modo, que faz parecer exótica uma manifestação comum a uma determinada fatia do nosso povo. Em termos de cultura não-católica, não-espírita e não-afrodescendente, nem pensar! Não obstante, faz pouco tempo, a Globo noticiou a cultura da qual (também) sou integrante, mas apenas da parte que passou a ser rentável para a instituição. Refiro-me ao Festival Promessas, de música gospel, mas tão somente porque muitos cantores passaram a fazer parte da Som Livre e não pelo fato de essa cultura existir. Questiono, também, o jornalismo cultural da TVE, emissora mantida com os impostos de todos os baianos. Compreendo que a emissora está a serviço da afirmação de uma raça massacrada por muitos séculos, raça da qual faço parte, mas inserido em um outro todo. Esse outro todo é invisível na TVE”.
O projeto #5AnosDoDesde foi concebido para comemorar os cinco anos do blog Desde que eu me entendo por gente. “As coisas avançaram e chegamos a essa realidade”, reconhece Geraldo. Assista ao vídeo.
Desde que eu me entendo por gente 