"Adolescendo Solar", Audiovisual, Cultura, Entrevista, Fotografia, Jornalismo Cultural, Produção Cultural, Sem Edição

Sem Edição| Lalo Batera, Música, Cheiro de Amor e Etarismo

Lalo Batera. Foto: Raulino Júnior

A 9ª temporada do Sem Edição, conteúdo audiovisual do Desde, está no ar e o convidado que marca a estreia é Mário Augusto Cardoso de Almeida, o Lalo Batera. O baterista, oriundo do bairro de Periperi, em Salvador, começou a carreira cantando músicas de Fagner no bar do pai. Em seguida, fundou uma banda de heavy metal com os irmãos, a Sinal Vermelho, e a partir daí foi construindo a sua carreira como músico. Durante quinze anos, foi baterista da banda Cheiro de Amor, quando o grupo esteve no auge do sucesso, na época das vocalistas Márcia Freire e Carla Visi. Obviamente, Lalo falou sobre a passagem pelo Cheiro e por que saiu de lá. Nesse trecho da entrevista, o etarismo, preconceito contra pessoas mais velhas, entrou em pauta. O artista contou como foi a experiência de tocar com a dupla sertaneja Marlon e Maicon e como é estar na banda de Luiz Caldas, expoente da música brasileira e precursor da Axé Music. No final, explicou o conceito do projeto Lalo Toca os Mestres, que vai divulgar em breve. Não deixe de ver!

Agradecimentos mais que especiais a Lalo Batera! Obrigado pela confiança e disponibilidade, Lalo! Você é maravilhoso! Mais sucesso! Estendo os agradecimentos a Guilherme Cunha, amigo em comum que viabilizou o encontro. Obrigado, Gui!

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Audiovisual, Cultura, Entrevista, Fotografia, Jornalismo Cultural, Produção Cultural, Sem Edição, Toca o Desde

Sem Edição| Eduardo Mafra, Produção Cultural, Fotografia e Audiovisual

Eduardo Mafra: paixão por fotografia nasceu na faculdade. Foto: Helaine Ornelas.

Eduardo Mafra é um realizador. Formado em Produção em Comunicação e Cultura, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), ele atua profissionalmente fotografando, produzindo e escrevendo. Nesta entrevista exclusiva para o Sem Edição, conteúdo audiovisual do Desde, fala sobre como começou a sua paixão pela fotografia, os trabalhos que mais gosta de fazer nessa área e de algumas experiências marcantes ao longo da carreira, que começou em 2009. O livro Evangélicos – Uma conversa que não pode ser adiada, lançado neste ano, esteve na pauta da entrevista. Eduardo falou sobre as razões que o motivaram a escrever a obra e fez comentários pontuais sobre assuntos importantes presentes nela.

No bate-papo, Mafra fala ainda de outros projetos que já implementou, da trajetória no universo da fotografia e da Avoa Filmes, produtora audiovisual da qual ele e Helaine Ornelas são diretores. Não deixe de ver!

Agradecimentos mais que especiais a Eduardo Mafra! Obrigado pela confiança e disponibilidade, Mafra! Mais sucesso! Estendo os agradecimentos à Helaine Ornelas, que fez as fotos do encontro. Obrigado!

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Cultura, Desde em Trânsito, Fotografia, Jornalismo Cultural

#DesdeEmTrânsito: mesa de abertura do XI Enecult

Por Raulino Júnior

A 11ª edição do Enecult (Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura) começou hoje, em Salvador. Até sexta-feira, 14 de agosto, estudantes, pesquisadores e interressados em cultura vão participar de simpósios, minicursos e relatos de experiência. A mesa de abertura do encontro teve a participação de pessoas reconhecidas na área cultural, como Juca Ferreira, ministro da Cultura; Margareth Menezes, cantora e compositora; e Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM). O Desde esteve lá e fez uma cobertura via Twitter (@RaulinoJunior), na estreia do #DesdeEmTrânsito. Veja o resultado.

O atraso faz parte da cultura salvadorense.
O evento estava marcado para começar às 18h. Teve início às 18h54.
As homenagens…
Componentes da mesa I
Componentes da mesa II
O “Saron” dele não é acentuado. O Desde pede desculpa pelo erro.
@PosCultura não é o perfil do Pós-Cultura (UFBA) no Twitter. O Desde pede desculpa pelo erro.
Messias Bandeira é diretor do IHAC. O Desde pede desculpa pelo erro.
Emocionante!
De fato, preocupante…
Pois é.
Fim dos trabalhos.
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Cultura, Fotografia, Jornalismo Cultural, Reportagem

E se a gente vivesse numa caixa?

Foto: Raulino Júnior

Por Raulino Júnior

É, certamente, essa indagação do título que vem à cabeça de quem visita a exposição fotográfica 1×1, que pode ser vista de graça no Foyer do Teatro Castro Alves (TCA), até o dia 24 de maio, das 12h às 18h. Quem provoca tal reflexão são os artistas Saulo Kainuma (autor das fotos) e Belmiro Neto (autor das interferências gráficas). Eles colocaram 35 pessoas (cada uma de uma vez, é óbvio!) dentro de um espaço de um metro de altura por um de largura a fim de discutir  “a carência e escassez de espaço físico nas grandes cidades e tudo o que isso pode acarretar em nosso cotidiano”, como afirma o texto presente na orelha do catálogo oficial. Entre os convidados, os jornalistas Casemiro NetoRita Batista e Nadja Vladi; os atores Jackson CostaCarlos Betão e Marcelo Prado; e os diretores de teatro e dramaturgos Fernando GuerreiroAninha Franco e Gil Vicente Tavares.

Ana Lúcia Ferreira: “Encaixotado, cada um mostra um pouco de si”. Foto: Raulino Júnior

Exigências

Para a publicitária e revisora de textos Ana Lúcia Pereira, de 62 anos, a exposição se destaca pela criatividade. “A exposição é muito criativa, principalmente pelo fato de colocar cada um encaixotado. Cada pessoa mostra um pouco de si nessa composição”.  Ana, que é amiga dos dois artistas, participou de uma exposição feita pela dupla há 12 anos, intitulada Alma Nua.

Belmiro Neto (à esquerda) e Saulo Kainuma: os autores da obra. Foto: divulgação.

Numa entrevista feita pelo Facebook, o publicitário e designer Belmiro Neto, 53 anos, revelou ao Desde que fez as interferências gráficas pensando na personalidade de cada um dos fotografados. “Mas, claro, que foi uma interpretação muito subjetiva”, fez questão de ressaltar. E se ele tivesse que viver numa caixa, o que priorizaria fazer? “Eu priorizaria o CONFORTO [ele escreveu assim, em caixa alta] e, depois de confortavelmente estabelecido, pensaria nas outras coisas que teria que fazer”. Já para o gaúcho Saulo Kainuma, de 62 anos, que também concedeu entrevista pelo Facebook, as prioridades seriam outras. “Minha prioridade seria ter algo que me desse algum prazer para fazer. Talvez, ler, escutar música, ver um bom filme; pois, pelo menos hoje, temos monitores extremamente finos [risos]”.

De acordo com Saulo, o conceito da exposição tinha sido pensado há algum tempo. “Nossa ideia era captar as reações das pessoas confinadas a um espaço limitado, fazendo uma analogia aos espaços extremamente exíguos que as pessoas atualmente vivem, a despeito da grande extensão territorial de nosso país. Espaços tão apertados que, muitas vezes, não comportam uma cama um pouco maior. Nossa surpresa foi grande, pois as reações foram bastantes diversas e não definimos nenhuma regra que os retratados deveriam fazer. A única recomendação era fazer exatamente o que eles quisessem fazer”. Para você que está lendo esta matéria, segue abaixo um aperitivo da exposição. Obviamente, nada substitui a experiência presencial. Então, saia da caixa e vá conferir!

||Galeria||

1. Maria Angélica Andrade
2. Victor Mascarenhas
3. Eugênio Afonso
4. Nadja Vladi
5. Gil Vicente Tavares
6. Marcio Mello
7. Thiala Duarte
8. Marlon Gama
9. Carlos Sarno
10. Rita Assemany
11. Carlos Betão
12. Karina Pinkus
13. Sfat Auermann
14. Gustavo Batinga e Rodrigo Batinga
15. Lut Cerqueira
16. Tânia Pessanha
17. Vadinha Moura
18. Cau Gomez
  
19. Eliana Pedroso
 
20. Jackson Costa
 
21. Fatinha Santos e Rogério Lot
 
22. Fernando Guerreiro
 
23. Valéria Kaveski
 
24. Marcelo Praddo
 
25. Leo Cavalcanti
 
26. Aninha Franco
 
27. Jacqueline Rocha
 
28. Lúcia de Fátima
 
29. Eliane Pinho
 
30. Amélia Duarte
 
31. Casemiro Neto
 
32. João Telles
 
33. Karina Terso
 
34. Rita Batista
 
35. Thais Bandeira
 
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Cultura, Fotografia, Jornalismo Cultural, Perfil, Perfis do Desde

Um olhar sobre Peterson Azevedo

O professor e fotógrafo revela um pouco do seu universo

Peterson Azevedo no seu universo. Crédito: Autorretrato

“Ando onde há espaço: − Meu tempo é quando”. Esses versos são do soneto Poética, de Vinicius de Moraes, e têm tudo a ver com Peterson Azevedo Amorim. Além de, profissionalmente, estudar o espaço geográfico, ele vive capturando momentos através da fotografia. O seu “tempo” é mesmo “quando”. Tanto é que não cria expectativas para o futuro. “Se tem uma coisa que a maturidade me revelou, foi não prever o que está por vir”. O geógrafo, formado pela Universidade Católica do Salvador (UCSal), integra, desde agosto de 2008, a equipe de professores da TV Anísio Teixeira, projeto da Rede Anísio Teixeira, programa de difusão e produção de mídias e tecnologias educacionais, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia. Lá, Peterson atua como produtor de conteúdo audiovisual e fotógrafo. Atualmente, não dá aulas em unidades escolares, mas participa de projetos sociais de natureza educativa, em Camaçari, cidade onde reside desde 2006.

Família

Peterson fixou residência em Camaçari quando se casou com a assistente social Monique Azevedo. Do relacionamento, nasceu Cauê, de 6 anos. No cotidiano, é comum ver o geógrafo colocando suas opiniões com convicção e, quase sempre, citando leis para embasar os próprios argumentos. Isso pode ter relação com algum aprendizado adquirido com o pai, seu José Amorim, que é bacharel em direito. A mãe, dona Elisa Amorim, é funcionária pública aposentada. Ao todo, Peterson tem quatro irmãos: Anderson, Samirra, Jaqueline e Mônica. As irmãs são só por parte de pai. A família é oriunda do bairro Cabula VI e, numa certa época, viveu em Fortaleza, no Ceará.

Amante da fotografia

O amor de Peterson pela fotografia começou em 1996. Por acaso. “Trabalhava no Banco Econômico e tinha um amigo que realizava, constantemente, viagens ao exterior. Esse amigo, então, recebeu uma encomenda de uma câmera analógica Canon EOS 500, top na época, mas o cliente não tinha mais como comprar. Ele sabia que eu praticava bodyboard e precisava registrar os campeonatos. Sendo assim, me ofereceu a câmera. Como ele não tinha outra opção, baixou o preço e, assim, pude comprá-la. Foi como conheci o universo da arte fotográfica”. Desde então, vive fazendo registros, focalizando a natureza humana e o espaço geográfico. “Quando ingressei na faculdade de geografia, já tinha um conhecimento básico e técnico de fotografia, o que me ajudou muito, pois 70% das aulas do curso eram feitas em campo. Foi nesse período que comecei a construir um olhar próprio, construindo um diálogo entre o objeto de estudo da geografia (o espaço geográfico) e a arte fotográfica. Daí meu olhar ser cooptado pela natureza do homem e suas transformações no espaço”.

Um dos retratos desse ensaio foi selecionado para o VIII Salão Brasil Afro 2010. Crédito: Peterson Azevedo

Nesse sentido, consegue, ao mesmo tempo, ser global e local, mantendo identidade em tudo que fotografa. Essa é uma característica da fotografia documental, estilo com o qual se identifica, uma vez que imprime o seu olhar sobre a realidade. Modesto, não se considera um fotógrafo profissional: “Costumo dizer que amo o que faço, logo, sou amador na arte de fotografar”. O fato é que os frutos desse amor já foram premiados. Peterson teve seus registros fotográficos reconhecidos por importantes instituições e destaca alguns prêmios que o emocionaram: “O do VIII Salão Nacional da SENAD (Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas) me emocionou bastante, pois além de ser um concurso que tinha como proposta discutir o consumo de crack no Brasil, a premiação foi entregue por Luiz Inácio Lula da Silva, por quem tenho grande admiração ideológica; outro prêmio que me deixou muito feliz foi o Leica-Fotografe, considerado um dos prêmios mais concorridos do País; além do Pérsio Galembeck, por sua relevância artística, e o 18º Concurso de Fotografia Documental da América Latina, por ter sido o primeiro prêmio internacional”.

É claro que Peterson admira e gosta do trabalho de outros fotógrafos. De acordo com ele, tem como inspiração os artistas Ansel AdamsJoão Roberto RipperSebastião Salgado e os baianos Adenor Gondim e Ricardo SenaSteve McCurryIrving PeenDiane Arbus e Eugene Smith também são considerados como referência para Azevedo. No Facebook, ele mantém a página Peterson Azevedo Photography, onde divulga o próprio trabalho e informações sobre fotografia. Em agosto de 2013, realizou a exposição Permanências Percussivas, na Casa da Música (que fica no bairro de Itapuã, em Salvador), em homenagem ao músico baiano Cacau do Pandeiro. Inclusive, foi o responsável pelo still (fotos oficiais) do documentário Cacau do Pandeiro – O Mundo na Palma da Mão, dirigido por Márcio Santos e lançado em 2012. Sua formação acadêmica, na área de audiovisual, conta com cursos feitos na Academia Internacional de Cinema e no Instituto Casa da Photographia, reconhecidas instituições de formação. As fotos de Peterson já foram publicadas nas revistas Diversos Afins e InComunidade (editada em Portugal).

Além da fotografia, outra arte que sensibiliza Peterson é a música. Ele afirma não ter preconceito, mas prefere melodias mais trabalhadas, que o emocionam. “Na minha playlist, existe muito soul, blues e jazz. ArethaAmyRobert Johnson, dentre outros. Mas a banda de minha alma sempre será Pearl Jam”.

Professor de geografia

Peterson Azevedo: professor e fotógrafo. Crédito: Autorretrato

Aos 41 anos de idade, será que Peterson já sabe de que lado o seu coração bate mais forte: do lado do professor ou do lado do fotógrafo? “Pergunta provocante. Não me considero um ser rotulado, se penso, posso me transformar constantemente. Não sou apenas geógrafo, professor, fotógrafo, triste, alegre, feio, bonito. Sou apenas o tempo, quando ele vira, viro também. Mas, para não dizer que fugi do questionamento, se tem algo que nunca sairá de minha alma é o prazer de fotografar, mas fotografar sem regras e sem compromissos”.

O curso de geografia não era uma opção prioritária para ele. “Na verdade, queria fazer biologia marinha, para alinhar à minha prática esportiva [bodyboard]. Como não existia esse curso na Bahia, optei por um mais próximo, aí descobri a geografia”. E, no curso, descobriu autores que influenciam a sua prática docente. “Milton Santos é referência máxima para mim. Além dele, tenho como referência os clássicos  HumboldtMarx e Engels e os professores Antonio Teixeira Guerra e Josué de Castro”, revela.

Mesmo com tantos feitos e já sendo referência para as pessoas com as quais convive, Peterson tem medo de uma coisa: ser esquecido. Isso porque ele não deve ter consciência do próprio legado…

O mundo é melhor em movimento ou em imagens (estático)?

Que mundo? No meu, me sinto mais à vontade em olhá-lo pelo visor da câmera. Mas no que vivo, o movimento é que me controla, mesmo meus olhos tentando enquadrá-lo a todo o momento.

  • O que dizem sobre ele…

Nivaldo Fernandes

Crédito: Autorretrato

“Uma pessoa ímpar, de admirável coração, muito divertido e responsável. Filho educado, que se converteu em excelente professor, ilustre em seu trabalho de mestre, pois se apaixonou ao ensinar. Inovador nato, sempre está na vanguarda do ensino, por isso consecutivamente oferece o melhor. Por onde passa, constrói laços fraternos de amizades, assim obtém respeito de seus concidadãos. Felizes são aqueles que podem desfrutar de sua agradável e divertida companhia, amigo”.

 

Nalini Vasconcelos

Crédito: Antonio Paim

“A fotografia de Peterson hipnotiza à primeira vista. Sua arte traz traços fortes e contrastes vibrantes. Muito além da sua técnica fotográfica, com a dose certeira de luz e movimento, está o seu olhar profundo, seja em paisagens, objetos ou particularmente em pessoas. Ao fotografar pessoas, Peterson adentra seu passado, sua história, seu contexto e, por isso, transmite sua alma, seja qual for sua raça, cultura ou crença. Percebemos claramente o que está em sombras e em luz, o que é estático ou movimento, o que é fugaz ou eterno. A fotografia de Peterson me deixa maravilhada e confirma o quanto a arte nos impulsiona e é libertadora”.

Série Perfis do Desde| Ficha Técnica:

Convidado: Peterson Azevedo

Data da entrevista (feita por e-mail): 14/11/2014

Local: Instituto Anísio Teixeira

Idealização/produção/texto: Raulino Júnior

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Cultura, Entrevista, Fotografia, Fotojornalismo, Jornalismo Cultural

“Falta à FUNCEB a criação de uma política cultural para a fotografia” | Aristides Alves é um empreendedor da fotografia. Com mais de 30 anos de carreira, o fotógrafo usa as influências de sua formação acadêmica, a cultura e o sincretismo religioso da Bahia para realizar seus trabalhos

| Entrevista

O fotógrafo Aristides Alves é baiano por opção. Nascido em Belo Horizonte, em 1949, ele se radicou em Salvador em 1972. Na capital baiana, cursou biologia (1977) e jornalismo (1983), ambos na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Aristides foi um dos fundadores do grupo FotoBahia e sócio-fundador da ASA, primeira agência baiana de fotografia. Também atuou como coordenador do Núcleo de Fotografia da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB). Com mais de 30 anos de carreira, já publicou seus trabalhos em revistas como VejaISTOÉElle e Bravo. Lançou diversos livros de fotografia, dentre eles Fotografia (1988), Orixás (1994), Fotografia na Bahia, 1839-2006 (2006) e Garimpo de Imagens (2008). As manifestações culturais, a natureza, o teatro, a dança, os shows e a arquitetura são temáticas frequentes nas imagens de Aristides Alves. O fotógrafo participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Hoje, dedica-se a projetos editoriais com temáticas religiosas e documentação de natureza antropológica, que valoriza as tradições culturais da Bahia. 

 1) Comunicação e biologia são áreas, aparentemente , distantes. Você acha que conseguiu conciliá-las no seu trabalho de fotógrafo?

Editei uma coleção de cinco volumes chamada Áreas de Proteção Ambiental da Bahia e também o livro Biomas da Bahia. Ter estudado biologia me ajudou a formatar e planejar a produção desses e de outros projetos nesta área. Informações técnicas e conhecimento da flora, da fauna, da formação geológica, do ecossistema, da importância da biodiversidade e a sua relação com o homem são essenciais para elaborar uma linha de pensamento na qual você irá construir a identidade visual do ensaio fotográfico. O domínio da técnica fotográfica aliado ao conhecimento do objeto fotografado e à abordagem estética estabelecida pelo fotógrafo irão definir a qualidade e a relevância do seu trabalho.
2) Para você, o fotojornalismo baiano mudou muito desde a época da criação da agência ASA?

O fotojornalismo baiano teve seu grande momento na década de 80. Nesta época, havia as sucursais dos jornais O Estado de São PauloJornal do BrasilO Globo, das revistas VejaISTOÉ etc. Para cada uma dessas sucursais, um fotógrafo. Os profissionais que se destacaram neste período foram Agliberto Lima, Oldemar Victor, Artur Ikíssima e Rino Marconi.  Nos últimos anos, as mudanças ocorridas no eixo econômico-político, depois no formato analógico-digital e nos meios de comunicação contribuíram para o empobrecimento de conteúdo que, associado à baixa renumeração dos profissionais, resultou num fotojornalismo sem grandes perspectivas. As exceções são os trabalhos de fotógrafos como Xando Pereira , Marco Aurélio Martins e Arestides Baptista.

3) A experiência como Coordenador do Núcleo de Fotografia da Fundação Cultural do Estado da Bahia lhe possibilitou fotografar diferentes manifestações culturais. Quais foram os desafios desse trabalho?

Quando estive no Núcleo de Fotografia o objetivo era incentivar a produção e a divulgação da fotografia baiana, promover cursos, oficinas e etc. Então, não me possibilitou muita coisa. O maior desafio daquela época, que perdura até hoje, é a criação efetiva de uma política cultural para a fotografia.

4) O que você faz para dinamizar o seu trabalho? Para não mostrar o mais do mesmo?

Gosto de encarar desafios. Quando comecei, fotografar com filme P&B era diferente de Filme Cor e Filme Cromo. O formato 35mm diferente do 6×6, fotografia de rua diferente da técnica de estúdio. Então, eu me dispunha a realizar ensaios fotográficos em cada forma. Isso foi muito bom para aprender a dominar as diferentes técnicas e relacioná-las com a forma e conteúdo dos temas fotografados. Também gosto dos deslocamentos geográficos. Em março de 2012, vou lançar o meu 13º livro, sobre a cidade de São Luís do Maranhão, e que tem texto de apresentação do poeta Ferreira Gullar. Tenho duas exposições para fazer e novos trabalhos.
# Todas as imagens foram copiadas do perfil de Aristides Alves no Facebook (https://www.facebook.com/Aristides.Selva?fref=ts), com autorização do artista.
# A entrevista foi feita por e-mail.
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Fotografia, Fotojornalismo

FOTOJORNALISMO: QUANDO A FOTO EXPLICA TUDO; QUANDO A FOTO É A NOTÍCIA

Foto: Raulino Júnior

# Local
Dessa forma, será que a placa vai cumprir a sua função? Ironias à parte, esta placa está no cruzamento entre a Rua Carlos Gomes e a Avenida Sete de Setembro (próximo à Casa D’Itália), em Salvador-BA. A foto foi feita na tarde de 5/12/2011. Hoje, 6/12, os responsáveis perceberam o erro e fizeram a devida modificação.
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