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Por que estudantes de jornalismo não leem jornal

“Leia-me, por favor.” |Foto: Raulino Júnior

Casa de ferreiro, espeto de pau. O ditado popular serve de metáfora para um mal que acomete parte dos estudantes de jornalismo: a falta do hábito de ler jornais. Alguns alunos alegam que a razão disso é o fato de ter que priorizar outras obrigações. Dessa forma, deixam de realizar uma atividade básica para a própria formação.

 A postura de parte dos estudantes de jornalismo de não ler jornais é contraditória e, talvez,  seja notícia velha e constante nas faculdades de comunicação Brasil afora. Muitos deles tentam se desculpar e usam a prioridade dada às leituras exigidas pelas disciplinas da graduação e outros compromissos, como estágios e empregos, como justificativa para o baixo índice de leitura de jornal. É óbvio que se trata de uma falácia. Na verdade, os estudantes não veem a leitura desse periódico como algo importante no seu cotidiano. É mais relevante se preocupar, por exemplo, em ser bem-sucedido numa prova do que usar jornais como fonte de informação e como meio de construir intimidade com o texto jornalístico.

Essa realidade apresenta um aspecto bastante negativo, uma vez que os alunos ficam com deficiências na formação e não aprimoram os próprios textos. A leitura frequente de jornais e de outros periódicos auxilia o estudante a perceber características da práxis jornalística e também a não perpetuar padrões textuais inadequados, comumente identificados em textos dos recém-egressos das faculdades.

Contudo, a iniciativa de colocar essa simples prática — a de ler jornais — no dia a dia só pode partir do próprio estudante. Através dela, os futuros profissionais de imprensa vão adquirir o domínio da redação jornalística. Afinal de contas, o hábito faz o monge.

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