#Desde7, Crônica, Cultura, Desde Já, Jornalismo Cultural

Gostar por extensão

Crédito da imagem: Dreamstime

Por Raulino Júnior ||Desde Já: as crônicas do Desde||

Acontece sempre comigo. Quando conheço alguém que me lembra alguém que eu gosto, eu já passo a gostar da pessoa também. De bate-pronto. Claro que esse “gostar” limita-se a ter um certo carinho, certa afeição. Não significa que eu morra de amores pela pessoa. Não é isso. Mesmo porque, rechaço toda e qualquer forma de hipocrisia. Contudo, o apreço já nasce.
Tenho três educandos que despertam esse sentimento em mim. O curioso é que eles são da mesma sala. Uma turma que eu adoro e tenho grande consideração. Dois irmãos, gêmeos, me fazem lembrar de um colega jornalista que admiro muito. Até já trabalhamos juntos, num tradicional evento de música que acontece em Salvador. Olho para os meninos e associo imediatamente ao meu colega. Não é só semelhança física, é de temperamento também. Percebo que a minha relação com eles já vem carregada desse preâmbulo mnemônico, o que me faz tratá-los de uma forma especial. Em geral, sempre que isso acontece, aqueles que me fazem lembrar de quem eu admiro são tão admiráveis quanto. Ainda bem! E os gêmeos são responsáveis, educados, atenciosos e “na deles”. Igualzinho a um jornalista que conheço…
A outra educanda é uma querida e me remete a uma colega que, além de jornalista, é produtora cultural. Elas têm o biótipo muito parecido. A argúcia e a perspicácia são as mesmas. Minha aluna tem sempre um sorriso no rosto e é bem consciente em relação ao seu lugar de mulher negra na sociedade machista e racista em que vivemos. Educada, sensata, calma, compreensiva. Ela é a mulher dos dias de hoje: empoderada. Eu gosto muito dela! E é uma empreendedora de mão cheia! Tal qual a minha colega. Não tem como não gostar. Gosto de gostar por extensão…
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