#Desde8, Cultura, Jornalismo Cultural

3ª história: coletiva de imprensa de Manno Góes

Desde participou da coletiva em que o cantor e compositor falou sobre os novos rumos da banda Jammil

Imagem: site da Prefeitura de Caruaru

Por Raulino Júnior

A primeira coletiva de imprensa, a gente nunca esquece! A do Desde, foi quando Manno Góes reuniu jornalistas, em abril de 2011, na Creperia Mariposa – Pura Vida (no Jardim Apipema, em Salvador), para falar sobre a saída de Tuca Fernandes da banda Jammil e Uma Noites e sobre os rumos do grupo diante da nova realidade que já estava posta. Foi uma experiência muito interessante. Lembro que, na ocasião, não fiz nenhuma pergunta, tamanha era a minha alegria de participar daquele evento em que um gênero da atividade jornalística era evidenciado. O post, que está ilustrado com uma péssima foto (sempre fui ruim nisso. Hoje, estou um pouco melhor!), destacou o fato de Manno saber sobre a decisão de Tuca pela imprensa: “‘Achei descortês ser comunicado pela imprensa, afirma Manno Góes'”, dizia o título. Clique na foto abaixo e veja a publicação.

Captura de tela de post do Desde sobre a coletiva de imprensa de Manno Góes.

Para participar da coletiva, entrei em contato com Manno Góes, via Twitter. Falei que tinha um blog que cobria cultura e que, como estudante de jornalismo, seria importante passar por aquela experiência. Manno foi, como sempre, muito gentil e me autorizou participar. Digo isso porque eu era um foca, descobrindo, na prática, o universo jornalístico, e o meu blog não tinha (como não tem) nenhuma grande influência no jornalismo soteropolitano. Foi um aprendizado e tanto. Eu não sabia nada sobre webjornalismo e isso fica explícito no post. Naquele dia, 19 de abril de 2011, uma terça-feira, Manno deixou bem evidente a vontade de ter Levi Lima nos vocais da banda: “Eu quero Levi”. Foi o que aconteceu. Até a próxima!

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2ª história: você já teve Blaving?

Desde noticiou o lançamento da rede social de voz que não pegou

Layout da Blaving. Foto: site da Conexion Plena

Por Raulino Júnior

Hoje em dia, é muito comum as pessoas perguntarem: você tem Face? Insta? Canal no YouTube? Twitter? Contudo, como reage a esta pergunta: você já teve Blaving? Provavelmente, nunca tenha ouvido falar dessa rede social, não é? Ela não pegou mesmo. Em 17 de fevereiro de 2011, o Desde publicou uma notícia em que falava sobre o lançamento da Blaving no Brasil, que tinha acontecido no dia 3 de fevereiro. Ela foi chamada, por alguns estudiosos da área, de “Twitter de voz”. A produção dessa notícia foi bem interessante e exigiu muita apuração, porque tratava-se de uma novidade da área da tecnologia. Então, ficou bem evidente o gostinho de fazer jornalismo e o propósito do blog. Clique na foto a seguir e veja como o nascimento da Blaving foi noticiado no Desde.

Notícia do lançamento da Blaving, que foi publicada no Desde no dia 17 de fevereiro de 2011

Será que a Blaving serviu de inspiração para o WhatsApp incorporar mensagens de voz no seu serviço? Não sabemos. O fato é que a rede social, que tinha tudo para pegar, não pegou. A Blaving não teve nem voz nem vez. Até a próxima!
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Ensaio

Anísio é antena!

Educador baiano sempre esteve atento ao que estava acontecendo e adaptava as novidades para a área da educação

Anísio Teixeira: visionário da educação. Foto: site do jornal A TARDE

Quando se fala em Anísio Teixeira (1900-1971), é impossível não vir à cabeça alguns clichês como “um homem a frente do seu tempo”, “um visionário”, “o criador da escola verdadeiramente pública” e tantos outros. O fato é que, mesmo não sendo um homem que ficava preso a padrões, todos esses rótulos cabem muito bem ao baiano nascido em Caetité, em 12 de julho de 1900. Anísio não era clichê, não era “mais do mesmo”. Pelas informações encontradas em textos de pesquisadores e biógrafos, o que fica mais evidente é o espírito revolucionário do educador. Anísio era ruptura e inovação. Estudou Direito, era escritor, mas advogava mesmo, de forma ferrenha, por uma educação pública e de qualidade. Essa foi a grande causa de sua vida. Uma causa vencida, diga-se de passagem.
A vitória está no legado que ele deixou, no seu exemplo. Por isso, não é exagero afirmar que em toda prática educativa feita no Brasil tem muito dos ensinamentos de Anísio Teixeira. Ele pensou numa escola atraente, que fizesse sentido para educadores e educandos. Anísio pensou numa educação para todos, porque, para ele, educação não era nem deveria ser privilégio. Educação é um direito. Sendo assim, defendeu a formação integral, na qual todas as potencialidades de professores e estudantes seriam valorizadas. A escola pode ensinar as disciplinas do currículo comum, mas pode ir além, incrementando o processo de ensino e de aprendizagem com atividades voltadas para arte e cultura. Nesse sentido, vê-se um homem totalmente conectado com os dias atuais. Ou melhor: os reflexos de seus ideais estão presentes nos processos educativos de hoje em dia.
Muito antes do advento das tecnologias da informação e da comunicação (TICs), Anísio já trazia a tecnologia para a sala de aula. Lembrando que tecnologia não é só o que liga. Então, quando ele pensou numa educação plural, com mais arte e cultura, queria dar oportunidade para que os estudantes pudessem potencializar as próprias habilidades para fazer um ofício. Eles podiam aprender a técnica. Etimologicamente, tecnologia vem daí.
A fim de tornar o sistema de ensino mais qualificado e já na condição de Inspetor Geral do Ensino da Bahia (espécie de Secretário da Educação da época), Anísio fez viagens para a Europa e para os Estados Unidos. Com essa experiência, adquiriu conhecimentos acerca das práticas educativas daqueles lugares e implementou o que era possível em território nacional. Vale ressaltar que Teixeira foi muito influenciado pelas ideias e estudos de John Dewey, filósofo e educador norte-americano.
Em 1932, foi um dos signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, que propunha a adoção de uma pedagogia escolanovista. Essa pedagogia tinha como cerne a luta por uma escola com ensino livre e aberto, uma contraposição a tudo que era tradicional. Anísio tinha consciência de que a sociedade só seria justa e igualitária quando tivesse um bom modelo de “máquina que prepara as democracias”. Essa máquina era a escola pública.

Escola Parque em dois momentos: 1947 (esquerda) e 1956 (direita). Foto: Diógenes Rebouças

Assim, em 1950, inaugurou o Centro Popular de Educação Carneiro Ribeiro (conhecido como Escola Parque), em Salvador. O espaço sintetizou todos os ideais de Anísio: a) uma escola que apostava no pragmatismo, em que os estudantes eram estimulados a aprender pela experimentação, aprender fazendo; b) uma escola aberta, comum para todos, que garantia a universalização da educação pública, gratuita e de qualidade; c) uma escola de formação integral, que valorizava as múltiplas inteligências; d) uma escola de inclinação humanista, em que professores tinham consciência de que ensinavam e de que também aprendiam; e) uma escola que considerava a experiência do educando como base do aprendizado; f) uma escola que formava para a vida, para o trabalho e, acima de tudo, para uma vivência cidadã.
Anísio também defendia a formação do professor como um pilar essencial para a qualidade da educação. Atualmente, todas as práticas que têm esse intuito traz o DNA do caetiteense. No Brasil, são incontáveis as iniciativas cujo objetivo é fazer com que os professores adquiram ainda mais conhecimento e tenham uma formação ampla e abrangente. Mais uma vez, Teixeira se mostra conectado com o que se faz no presente. Mesmo não sendo um homem dos dias de hoje, ele projetou uma das principais demandas atuais da educação.
É que Anísio Teixeira sempre foi antena. O educador sempre esteve atento ao que estava acontecendo e tentava, de todo modo, adaptar as novidades para a área da educação. Por isso, não via empecilhos em usar o rádio e o cinema, algumas das tecnologias presentes na época em que viveu, para fins pedagógicos.
A experiência implementada na Escola Parque serviu de modelo para instituições de outros lugares do país e esse era um desejo de Anísio Teixeira. A democratização do ensino era uma de suas aspirações, bem como a possibilidade de implantação de escolas de formação integral em todo o território brasileiro. Anísio queria que os educandos fossem estimulados a mostrar as suas outras habilidades, que tivessem autonomia, um olhar abrangente para as coisas do mundo e pensamento crítico.

Ilustração: Biblioteca Virtual Anísio Teixeira

A fácil apropriação das TICs por parte dos estudantes, uma marca do século XXI, certamente seria motivo de orgulho para Anísio Teixeira. Ele pensaria em estratégias pedagógicas para que os professores aproveitassem todo o saber que o educando já traz sobre as tecnologias da informação e da comunicação. Mesmo defendendo uma educação humanista, fincada no aprender a conviver, seria um adepto das práticas de educação a distância (EaD). Isso porque Anísio não impunha barreiras para o processo de ensino e de aprendizagem. Progressista que era, pensava numa escola ativa, na qual o único limite era o de respeitar os direitos de professores e estudantes. O limite era respeitar o caráter heterogêneo das turmas, as peculiaridades de cada ser em formação.

Com Anísio, a escola é sempre nova. Se gestores, professores e educandos colocam em suas práticas os pilares da concepção de educação proposta por Teixeira — aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser — , o legado do mestre será sempre perpetuado. A escola é nova quando mostra o sentido do aprendizado para o educando. A escola é nova quando propõe atividades para que os estudantes aprendam a partir de uma experiência prática, quando eles conseguem refletir sobre a ação que desempenham. A escola é nova quando enfatiza que a relação interpessoal deve ser uma constante, porque é na convivência que se aprende a respeitar os outros e cada integrante da comunidade escolar tem a oportunidade de aprender com o outro. A escola é nova quando possibilita que os educandos busquem a própria identidade, quando dá autonomia para que os estudantes trilhem os seus próprios caminhos. A escola é nova sempre que tem Anísio.
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1ª história: Santo Twitter!

Na crônica de estreia da série de comemorações pelos oito anos do Desde, veja como o Twitter foi determinante para o blog solicitar entrevista com uma cantora ilustre

Imagem: Wikipedia

Por Raulino Júnior

Para quem faz e gosta de jornalismo, o famoso faro tem que estar o tempo todo ligado. A gente tem que ficar atento ao que vai render uma boa reflexão e ao que é uma boa pauta. Para isso, toda e qualquer ferramenta que possa auxiliar o contato com a fonte é fundamental.

Em 2011, o Twitter tinha uma audiência considerável. Era muito usado por artistas e por pessoas que queriam se comunicar de forma objetiva, em 140 caracteres. Hoje em dia, tudo mudou. O Twitter permite que a gente poste mensagens com até 280 caracteres e a sua audiência, ao que parece, não é mais tão significativa. Tem gente, inclusive, que tem perfil na rede e não usa mais. Contudo, ela foi importantíssima para o Desde. Vou explicar: em agosto de 2011, a cantora Gilmelândia faria um show no Teatro Castro Alves, em Salvador, cantando as canções de Caetano Veloso. Intitulado Gil canta Caetano, o espetáculo integrava o projeto Domingo no TCA, que tem ingressos custando R$ 1 (inteira) e R$ 0,50 (meia). Assim que soube do show, arrisquei mandar uma mensagem direta (a famosa “DM”) para Gil, no Twitter, solicitando uma entrevista após o show. Agi despretensiosamente e lembro que pensei: “Se ela não responder, não respondeu. Pelo menos, eu tentei”. Só que, para a minha surpresa, Gil respondeu. E topou dar a entrevista! Ela me pediu para, depois do show, procurar o seu produtor. Não deu outra! Assim que a apresentação terminou, procurei o cara e fiz a entrevista com Gil. Como Caetano Veloso serviu de mote para o projeto da cantora, fiz a entrevista com base em algumas letras do artista de Santo Amaro. O resultado pode ser conferido abaixo (clique na foto).

Captura de tela da entrevista de Gilmelândia, que foi publicada no dia 14 de agosto de 2011.

Para um foca, foi um feito e tanto. Em 2017, fiz outra entrevista com Gil (para o Sem Edição) e a cantora revelou que tinha adorado o primeiro bate-papo. Até a próxima!
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