Por Raulino Júnior ||Desde Já: as crônicas do Desde||
Arquivo mensal: março 2016
O grito das mulheres em “Eles não sabem de nada”
Por Raulino Júnior ||DESDEnhas: as resenhas do Desde||
Atual. Política. Necessária. Esses três adjetivos caracterizam de forma precisa a peça Eles não sabem de nada, em cartaz no Teatro Gamboa Nova. Hoje, às 17h, acontece a última apresentação da curtíssima temporada (estreou na sexta, 11 de março). O espetáculo é, declaradamente, um manifesto feminista e funciona muito bem. O texto de Leno Sacramento, que também assina a direção, é inteligente e cheio de humor, mas a peça não é uma comédia pura e simples. Trata-se de uma comédia dramática, se assim podemos dizer. Funciona porque toca em questões importantes do cotidiano, fala do machismo que está vivo em todos os ambientes e põe o dedo nessa ferida com propriedade. É um grito das mulheres, para mulheres e homens.
Eles não sabem de nada é uma peça fundamental, ainda mais quando se pensa nos debates de hoje em dia, que deveria ser cobrada nas escolas e patrocinada pelo poder público. O texto de Leno é costurado por outras referências do movimento negro e feminista, como o poema Eu-mulher, de Conceição Evaristo; e textos do livro Só por hoje vou deixar o meu cabelo em paz, de Cristiane Sobral. As citações enriquecem e ampliam a discussão. O espetáculo não tem nada para tirar nem pôr.
A troca de independentemente por independente
Por Raulino Júnior