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Com vocês, Josymar Alves

Educado, curioso e divertido, Josymar Alves é simplicidade pura

Josymar Alves, na sala da Rede Anísio Teixeira, no Instituto Anísio Teixeira. Crédito: Raulino Júnior

Aos 26 anos, Josymar Alves de Macedo é o retrato fiel do jovem de hoje em dia: antenado, frequentador de academia de educação física e profundo conhecedor do universo da internet. Nesse último ponto, leva certa vantagem. É que ele está no 6º semestre do curso de Sistemas de Informação, na Faculdade Dom Pedro II. Além disso, desde 2012, é o web designer de alguns dos projetos da Rede Anísio Teixeira, programa de difusão e produção de mídias e tecnologias educacionais, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia. Nesse sentido, tem uma opinião contundente quando analisa o uso da rede de computadores, principalmente pelos jovens: “Eu acho que os usuários da internet são desinformados, porque sabem mexer no Facebook, no Twitter, mas isso não é 10% da parte operacional da informática. Eles têm a ferramenta na frente deles, mas não sabem aproveitar”. Josymar aproveita bem e de todas as formas possíveis, tanto é que, no tempo livre, atua também como DJ.

Origem

Josymar Alves. Crédito: Raulino Júnior

Josymar mora em Salvador desde os três anos e meio de idade. Nasceu em União dos Palmares, no estado de Alagoas; mas, devido a problemas particulares, a mãe resolveu vir com ele e com os outros filhos (Maria Isabel e Lucas Macedo) para a capital baiana. A família se radicou por aqui a convite da avó materna, que já vivia na cidade. Os pais, a professora Quitéria Alves e o empresário Mário de Macedo, são separados. “Meu pai mora em Alagoas e tem muitos anos que eu não o vejo”, revela.

Barracão Cultural e vida de DJ

A relação de Josymar com o desenho começou na infância, quando, na escola, decalcava figuras e fazia nomes estilizados. O contato com a parte gráfica veio aos 18 anos, quando começou a mexer com informática, através de curso oferecido no projeto Barracão Cultural, realizado pela União de Negros pela Igualdade (UNEGRO). “Hoje, todo mundo tem o primeiro contato com Windows, eu tive com Linux, que é um software livre”. No Barracão, além de informática, fez curso de teatro. “Umas das professoras foi Tânia Tôko, que fez Neusão, em O Paí, Ó”.

“A minha carreira como DJ não decolou porque eu não quis”, Josymar Alves. Crédito: Raulino Júnior

Josymar não seguiu emocionando plateias nos teatros, optou por deixar as pessoas felizes nas pistas de dança. Teve a primeira experiência como DJ na festa de formatura de uma prima. “Foi em 12 de fevereiro de 2011”, recorda com exatidão. A atividade começou por acaso, mas ele conseguiu se destacar. Inclusive, se tornou DJ exclusivo de um empresário do ramo, que gerenciou a sua carreira e o fez receber convite para tocar, de forma fixa, numa boate de um luxuoso hotel localizado na Ilha de Itaparica. “A minha carreira só não decolou mesmo porque eu não quis. Eu tenho DJ como hobby, não como profissão”, esclarece. Nessa mesma época, se juntou a três amigos e criou o projeto Nojentos Som. Ele explica o motivo do nome: “Quando ia montar o som, tinha a mania de deixar tudo certinho. Aí, os meninos falavam: ‘Pô, você é nojento. Quer tudo perfeito’. Daí surgiu o nome”.

De acordo com Josymar, o tipo de festa que ele mais faz é aniversário de quinze anos. “Acho que todo mundo faz quinze anos mais de duas vezes nessa vida”, brinca. E será que ele gosta de tudo que toca? “Eu sou um cara eclético. Pode ter música de Fulano que não me agrada; mas pode ter música de Sicrano, do mesmo ritmo, que pode me agradar. Depende do estilo da banda”. Nesse sentido, afirma que tudo toca no rádio dele. “Música é coisa de momento”.

Diversão e academia

Josymar Alves. Crédito: Raulino Júnior

O web designer se diverte indo à praia e à academia de educação física que frequenta. “Gosto também de ouvir música (forró, reggae e eletrônica). No final de semana, gosto de estar na esquina, resenhando com meus amigos. Além de ir para ilha e ficar lá, distante do carnaval”, confidencia. Sobre o seu objetivo ao se matricular na academia, afirma: “Quero chegar aos 85 quilos. Hoje, estou com 80. Não quero ficar com o corpo grande, porque eu não vivo do meu corpo”. Simples assim.

O Brasil está com a imagem arranhada…

Não é o Brasil que está com a imagem arranhada, é a população que deixa transparecer essa imagem arranhada. Um país é feito pela nação, não é feito só pela imagem de uma bandeira, de um povo.

 

  • O que dizem sobre ele…

Marta Laurence

Crédito: Dinha Souza

“Josy é uma pessoa super alto-astral, alegre, brincalhona, comprometida com o trabalho e supercriativo. É um menino do bem, que adora música, nas horas vagas vira “DJ” e é entrosado com a tecnologia. A forma que ele lida com a vida é de simplicidade, humildade e de respeito com o próximo”.

 

João Henrique

Crédito: Snapic

“Taí um cara que tem conseguido aproveitar bem os aprendizados na escola da vida. Com humildade, respeito, perseverança e alegria, tem superado diversos desafios ao longo de sua trajetória. É estimulante ver seu interesse por aprender com autonomia aquilo que lhe desperta curiosidade. Acompanhei alguns de seus primeiros passos como designer gráfico, com uso de software livre, e hoje considero-o um dos melhores. Ele adquiriu uma grande capacidade de transformar ideias soltas em arte muito bem acabada, em especial quando falamos de arte com finalidade educacional, que não é nada simples. Vale a pena trocar uma ideia, ver suas imagens ou ir pra uma noitada ao som desse cara com total disposição pra compartilhar livremente suas produções. Grande satisfação poder construir projetos com ele!”.

 

Série Perfis do Desde| Ficha Técnica:

Convidado: Josymar Alves

Data da entrevista: 9/10/2014

Local: Instituto Anísio Teixeira (Salvador-BA)

Idealização/produção/texto: Raulino Júnior

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